quinta-feira, 12 de março de 2009

Silêncio


O silêncio por vezes é desejado, outras vezes é ensurdecedor. Assim, existem silêncios de diferentes “espécies”, modos, feitios e ocasiões (e, nesta questão das ocasiões, não me refiro à surdez de circunstancia).

Acho que há alturas na vida em que como que vivemos num silencio cru no meio de bombardeamentos de informações, pregações ou mesmo questões sem resposta (nada mal quando comparado a sequencias de frases sem sentido – e aqui estou a colocar um dedo na minha própria ferida).

São os silêncios comprometedores, em que se ouvem os olhares, são os silêncios de comprometimento de olhares “desviados”, são silêncios de ignorância de olhares perdidos no horizonte ou na distracção recém-criada, são silêncios de olhos tristes e calados. Afinal, isto do silêncio tem que ser relacionado considerando as várias tipologias existentes, assim como as extrema ligação que este tem com o olhar.

Creio que há silêncio quando se espera algo, quando se deseja ouvir algo ou alguém e não simplesmente a ausência de ruído. O silêncio da “paz d’alma” relaciona-se muito mais com desassossegos ou palpitações do órgão cardial.

Nas vivências presentes, há um silêncio só, um silêncio distante, imperceptível, mas que é diagnosticável mas não lhe alcanço a terapêutica...

Antes que o silencio “se quebre” (porque o ditado refere desta forma a fragilidade do silêncio), e se solte o sucessor suspiro, espero que viagem em silêncio (ou não) com esta musica…