domingo, 27 de janeiro de 2008

Dedo na ferida


Desta vez escrevo sobre umas das muitas expressões fantásticas que ornamentam os nossos diálogos e que, quando alguém pára para pensar, ou, quem sabe, cujo cérebro pára de pensar (?) repara que tal frase pode ser cruel, como a do título, ou então no mínimo controversa do tipo “enquanto o diabo esfrega um olho”, como se o diabo estivesse com conjuntivite? Se o fosse, a expressão não deveria ser «Enquanto o diabo “coça” um olho?» Bem, esta frase serve apenas para vos alertar que as duvidosas (as frases, claro) andam aí.

“Voltando à vaca fria” (que raio de expressão), esta coisa do dedo na ferida tem mesmo algo de cruel e pouco “humano” que poderá não ser perceptível “à vista desarmada”, mas que em muito ultrapassará o motivo da sua utilização.

A última vez que me ocorreu a sua utilização foi na semana passada em que, estando o meu computador desprovido de placa de som, os meus caros amigos decidiram aparentemente inconscientemente, mas de uma forma quase massiva, enviar-me ficheiros áudio/vídeo ou então um ou outro link do youtube! Não há condições! Então eu digo que estou sem placa de som e eles resolvem mandar ficheiros que implicam a utilização de tão “mal-amada” componente de um básico computador para que o ficheiro faça algum sentido!

Passado que está este desabafo, e como não estou a ver que algum dos leitores tenha uma placa de som a ganhar pó em casa ou queira “abrir os cordões à bolsa”, agradeço que aguardem um pouco e aguentem tais ficheiros/links em “banho-maria” (banho-maria também é uma expressão muito “alternativa”).

Despeço-me com mais um poema, sempre alusivo, na medida do possível e dos conhecimentos do “postador”, ao tema do post

SANGUE FRIO
(Carlos Tê)

Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca sangras quando sofres
Guardas a dor dentro do cofre
Se alguém decifra o segredo
E se pica no teu ferrão azedo
Tu lambes-lhe o sangue do dedo
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raça tão rara
Que tem no olhar o gelo quente

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

...escrever...escrever...




Mais umas linhas que se preenchem, sem saber porquê, nem para quê! As únicas certezas são o “quando” e “onde” se escreve. Mas, honestamente, que se lixe! Afinal não estou aqui para agradar a ninguém! Estou simplesmente a escrever porque … porque… porque me apetece!
Este espaço de escrita, que tinha idealizado “amplo”, afinal não passa de um monólogo pontualmente dialogado. É certo que os “temas” também podem ser “estranhos”, alternativos (sempre gostei de este adjectivo que ao mesmo tempo diz tudo e nada), ridículos, difíceis de comentar talvez. São estados de alma… talvez uma alma “parada”, inquinada, mas, mesmo assim, são a forma de expressar, por palavras, o resultado de uma intensa actividade cerebral que, normalmente, não conduz a lado nenhum e que culmina com esta sucessão de caracteres despejados à luz de um chocolate quente, de um coçar de cabeça, de um suspiro cansado mas que precisa de ser devidamente exalado.
Para terminar, para que este texto não seja acusado de ser tão longo como os restantes, cito duas letras de músicas que, neste momento, passam constantemente na playlist da minha massa encefálica:

“Vou sem rumo nem Norte, sem rima nem mote… vou indo” e “Toda a gente passou horas em que andou desencontrado, como à espera do comboio na paragem do autocarro”…