segunda-feira, 21 de junho de 2010

Friendship


Não tem sido fácil vir até aqui explanar o que paira na minha mente. Não é que ela tenha andado vazia de conteúdo, mas o tempo e a vontade eram poucos.

Tenho estado numa de selecção. Não na de futebol, porque a essa auguro pouco futuro. É mais uma selecção de conviventes, comparsas de paleio e de “amigos” ou pseudo-amigáveis personalidades que determinadas circunstâncias nos fazem toldar o raciocínio lógico.

É incrível como nos deixamos levar. Vamos indo, embalados pelos encantamentos alheios, ao som das nossas necessidades pontuais, na divina resposta às nossas monótonas e pesadas preces. Afinal, sempre aparece alguém interessante no nosso caminho. Mas, não estando o “pacto” alicerçado, tudo se esfuma e de essencial se passa a supérfluo e de supérfluo a volátil, isto é, do “horário”, passa-se semanal, quinzenal, mensal…desaparece-se. Creio que o segredo está em sabermo-nos fazer desaparecer antes que nos apaguem, ou então fazer para que não tenhamos o nosso “status amigável” em rápida e quiçá irreversível fase adiantada de decomposição.

Com o passar do tempo, são os amigos que nos agarram o presente, com os pés bem vincados no passado. Estar à beira-mar, o mar no seu movimento cíclico, no seu vaivém que apaga as pegadas. Leva o que nos levou lá, mas não leva quem nos sustém. Oxalá tenha a capacidade de aproveitar a ondulação para deixar ir quem prende sem segurar e de deixar de segurar que não tem vontade de ficar.

Disse o poeta:

“Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem! “