quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Zen



Tédio, melancolia… sucessão de inspirações e expirações num “respirar inato” que apenas visa encaminhar mais umas moléculas de oxigénio para o interior do organismo.
Estado biológico? Não!
Estado psicológico? Não!
É mais um “básico” “estado sólido” com ideias voláteis muitas vezes imiscíveis com racionalidades e emoções… assim como que suspensas no ar, a sobrevoar… ou então como uma sombra que não se “alimenta” de sol para viver, mas dos nossos tempos mortos, ou em casos mais “sérios”, devora lenta e fatalmente dos nossos neurónios.
São ideias, pensamentos, “fantasias”, reflexões, concepções… são jardins secretos que percorremos, no meio do cinzento de um dia granítico, na secura de um Saara de emoções enquanto se deambula entre estranhos conhecidos, conhecidos estranhos ou mesmo quando se estranha o facto de não se saber (exactamente) de onde se conhece a pessoa que passa.
Como podem constatar, mais uma vez, a minha massa encefálica continua a processar uma qualquer informação…que nem eu sei ao certo no que vai dar, sendo que até mesmo eu desconfio se irá dar a lado algum ou, ainda, se terá mesmo que levar onde quer que seja (maldita condição humana de querer resultados e respostas).
Esta vida enigmática, feita de “rasteiras” que nos fazem “acordar” do sonambulismo que nos entorpece os instintos e as acções irreflectidas, chega a ser indecifrável, duvidosa… mas aqui (não como no caso de estar perto do abismo) há que dar o “passo em frente”, rumo a algo melhor ou, pelo menos, rumo a algo diferente…afinal, o fim de tudo não passa de um recomeço e estes pensamentos são parte da “viagem”, passo a passo...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Requiem for a dream


Podia escrever subtilezas, coisas sérias, abordar temas incómodos, mas o que me está na cabeça é sempre o mesmo. Há alturas em que por muito que andemos, não saímos do sítio, como se fosse um pensamento “em rotunda” em que por muito que se queira encontrar a saída, não há maneira de ela aparecer e continua-se a andar em círculos.
Pode muito bem acordar-se, sem se notar que o mundo continua igual, para mais um dia de obrigações laborais, passar o dia quase a sobrevoar a vida e, quando este acaba, quando se congratulava por terem passado 24h sem “pensar” no assunto, se cai na realidade que, afinal, ele esteve lá como que latente quanto mais não fosse quando se pensa que não se pensou nele.
Sei que esta deambulação de pensamentos está confusa, mas é mesmo assim que os meus pensamentos se têm processado: UMA CONFUSÃO!
Muitas vezes há aquele desejo de poder mandar parar o pensamento, de deixar a racionalidade de parte e como que “estagnar na vida” a ver no que dá! Mas, no final de contas, o pensamento é “mais forte que nós” e lá está ele a mandar e a condicionar a nossa vida, a cortar as “asas” aos actos mais “irreflectidos”, mas mesmo assim reflectidos!
Como podem ver, isto é um sem-fim, é uma sequência de palavras e frases pensadas, cogitadas, matutadas, equacionadas, reflectidas, quase premeditadas, que não leva a lado nenhum, mas também era suposto levar?
O que me parece é que muitas vezes o pensamento é mais que um conjunto de cogitações, é mesmo um “Requiem for a dream” que em vez de nos acordar nos “embriaga” e paralisa.
Em suma, Cogito ergo sum