sábado, 16 de fevereiro de 2008

Requiem for a dream


Podia escrever subtilezas, coisas sérias, abordar temas incómodos, mas o que me está na cabeça é sempre o mesmo. Há alturas em que por muito que andemos, não saímos do sítio, como se fosse um pensamento “em rotunda” em que por muito que se queira encontrar a saída, não há maneira de ela aparecer e continua-se a andar em círculos.
Pode muito bem acordar-se, sem se notar que o mundo continua igual, para mais um dia de obrigações laborais, passar o dia quase a sobrevoar a vida e, quando este acaba, quando se congratulava por terem passado 24h sem “pensar” no assunto, se cai na realidade que, afinal, ele esteve lá como que latente quanto mais não fosse quando se pensa que não se pensou nele.
Sei que esta deambulação de pensamentos está confusa, mas é mesmo assim que os meus pensamentos se têm processado: UMA CONFUSÃO!
Muitas vezes há aquele desejo de poder mandar parar o pensamento, de deixar a racionalidade de parte e como que “estagnar na vida” a ver no que dá! Mas, no final de contas, o pensamento é “mais forte que nós” e lá está ele a mandar e a condicionar a nossa vida, a cortar as “asas” aos actos mais “irreflectidos”, mas mesmo assim reflectidos!
Como podem ver, isto é um sem-fim, é uma sequência de palavras e frases pensadas, cogitadas, matutadas, equacionadas, reflectidas, quase premeditadas, que não leva a lado nenhum, mas também era suposto levar?
O que me parece é que muitas vezes o pensamento é mais que um conjunto de cogitações, é mesmo um “Requiem for a dream” que em vez de nos acordar nos “embriaga” e paralisa.
Em suma, Cogito ergo sum

3 comentários:

MY space... disse...

Este artigo fez-me reportar por momentos a um autor por todos nós conhecidos: o inevitavel Fernando Pessoa! A dor se pensar e respectivos acessórios!
Quanto ao assunto pode tornar-se um pouco complicado abordá-lo porque na maioria das vezes os pensamentos persistentes vem devido à voz da nossa consciencia. Mas pensar é sempre uma segunda dor, a dor da lembrança, sentida por não nos ser possível reviver muitos momentos mas também lembranças incessantes de incidentes do nosso quotidiano!
De qualquer maneira é bom gerir estes pensamentos pois são úteis à nossa existencia!
um abraço!

Cobi disse...

Eu admiro, quase no sentido de colocar num pedestal, as pessoas que têm o dom de colocar em palavras o que, muitas vezes, nem sequer em pensamentos fluidos e claros, as pessoas comuns conseguem! O que tu escreves serão eventualmente até lugares-comuns mas nem todos nos dámos conta de que eles existem. Julgamo-nos sós! Bem, afinal há sempre alguém com quem partilhar... que compreende...

Anónimo disse...

E o meu pai, que é das electricidades e que inventa novos mecanismos e adaptadores e transformadores e o "diabo a quatro", não consegue mesmo arranjar-me uma coisinha tão simples como um botão de ON/OFF para pensamentos "non gratos"?!?!?!

Cogito ergo sum? E porque não (e como escreveu o nosso estimado A. Damásio, apesar de eu não considerar um erro tão grave assim do grande Descartes) sum ergo cogito? É que parece mais forte o facto de pensarmos pois existimos do que, propriamente, o contrário, hehe! Bem mais fácil tudo seria se assim não fosse...