sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Incertezas...

Em tempos (não muito idos) um professor meu dizia que “vivemos num tempo de incerteza e contingência”. Se a esta afirmação resolvermos associar o princípio da incerteza de Eisenberg e a teoria da relatividade de Einstein (deixando de parte as discussões inerentes do teor volátil deste tipo de conhecimentos), vive-se num nevoeiro constante, caminhando como quem olha a paisagem que fica para trás, caminhando por um passadiço de madeira velha, que range ao passar…tal como uma bola de sabão, só o destino sabe se quebrará e quando.

Se a teoria (comprovada pela prática) já não recomenda por o pé em ramo verde, aqui tento alertar que quando o ramo (ou a tábua do passadiço) está demasiadamente madura o resultado final da caminhada (ou simples passada) pode ser um contratempo.

Não consigo ver como se caminha sem se saber para onde vai, por onde se vai…sem sequer se ver a estrada. Será que o que importa é chegar? Mas onde? Como? Quando? E agora, complicando, para quê chegar?

Não, (creio que) não estou numa crise existencial, mas o questionamento é constante e é alimentado pela ausência (inexistência?) de respostas. Não digo que veja como solução ideal rumar sempre com certezas e objectivos, como a célebre imagem do burro atrás da cenoura que está pendurada, mas admito que prefiro que as circunstâncias que acompanhem o meu “eu” sejam mais claras e definidas, visíveis, tangíveis e, talvez, previsíveis (ou passíveis de pré-avaliação do impacte) - ainda que se transmitam certezas, verdades irrefutáváveis, confianças convictas.

Correndo o risco de me repetir, vou “calçar” este post com uma frase (cuja autoria acho que é do Carlos Moisés): “Vou sem rumo nem Norte, sem rima nem mote…vou indo”.

Para não quem conhece recomendo uma audição cuidada desta música...que marca um pouco do que se quer e de que depende...