quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Efectivamente é Natal




Nesta altura de grande azáfama, de consumismos, de investimentos na alegria alheia, regresso a este (nosso) espaço para vos agradecer as vossas visitas e para vos desejar que o próximo ano seja…seja… bem, o que será que vos desejo?

Não me vou prender a frases tipo de Boas Festas, Bom Natal e Feliz Ano Novo… nem mesmo vou desejar que o próximo ano seja próspero.

Nesta altura alguém já deve estar a pensar que me tornei egoísta, anti-natal, ou num incurável fatalista, mas estão rotundamente enganados! O que realmente considero interessante e vos auguro é a capacidade de, no ano que está prestes a começar, ver um pouco de felicidade em pequenas coisa e que… seja “apenas” um ano EFECTIVAMENTE, tal como a música.

Neste momento em que escrevo este post encontro-me “em trânsito”, daí ter a esperança que o texto surja de forma mais fluida, para melhor chegar ao seu destino e, como estou “sobre carris”, não há-de ser o trânsito (propriamente dito) a atrapalhar-me.

Sigo, aqui nesta carruagem, com alegrias, com expectativas, com desejos de pechincha, que hoje é dia de feira e os tempos são de crise. Que se cuidem os fatos de treino ADIDOSS e os relógios CETEZIN, que este ano não vai tudo corrido a meias, boxers e pijamas. O retrato que aqui vejo são senhoras de meia-idade a caminho de … Barroselas, Caminha, Valença… aguardam-se duras batalhas com ciganos, marroquinos e, quem sabe, a ASAE, que esta gente não é de ficar e tem pelo na benta. Que ninguém diga que não há animação, que não é Natal.


sábado, 22 de novembro de 2008

Bem que isto poderia ter aqui uma palavra apenas que sucintamente fosse capaz de resumir o que aqui se pretende abordar




Talvez por ser fim da semana, talvez por estar com algum cansaço acumulado, sinto que estou com aquela capacidade muitas vezes constatada do falar sem dizer nada, neste caso, escrever, riscar um fundo branco, sem que nada de (minimamente) útil fique registado.
São caracteres que se seguem uns atrás dos outros e, porque não, outros atrás de uns até que uma mais ou menos vasta mancha de texto fique “impregnada” neste papel “mais amigo do ambiente”.


São palavras que surgem, numa tentativa de fazer horas, quando de uma forma bem mais modesta se poderia optar por fazer minutos…é certo que se teria mais trabalho, mas o resultado iria ser exactamente o mesmo e apenas se abdicava da eficiência.

Às vezes surge mesmo esta vontade de escrever, sem nada dizer, mas lá vai o texto seguindo, como que imparável rumo sabe-se lá onde… na verdade é uma vontade que, a existir, ainda não se manifestou…deixemos essa “vontade” correr à sede do declive, segundo as normativas da gravidade.

Não tenciono maçar-vos mais, muito menos intentar que tenham que equacionar procedimentos para algum internamento compulsivo, por isso, em mais este parágrafo em que nada disse, nada acrescentei (porque não se acrescenta onde nada tem), vou dar por findo este post se bem que… o poeta também dizia que o que não existe não tem fim.


E esta, hein?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dedos na ficha




Dia de alma crua. Mais um dia em que esta etérea componente do ser (cujas denominações depende de credos ou da sua ausência) se manifesta irrequieta, circulando, vagueando, mesmo por espaços vazios, sem fim, num movimento sem sentido, num exercício sem meta.
Um poeta, Paulo de Carvalho, disse:

“Alma ai! Minh' Alma diz-me quem eu sou.
Alma ai! Minh’alma, diz-me para onde vou”

Há com aqueles dias em que a nossa “alma” não nos quer dizer para onde vai, onde nos leva, para onde seguimos… só sabemos que seguimos num eterno “em frente”, num “não me apetece desviar, dá tu um passo ao lado porque não consigo controlar a minha marcha”.
Uma alma que segue, sem rumo, só na multidão de gentes que passa, um estado latente de estado, numa sublimação de factos, vidas, existências.

Bem, ao que me parece isto está a ficar extremamente difuso, pouco claro. Acho que, é nestes momentos que se contrariam os básicos princípios da segurança, que a todos nos devem pautar, e se devem por os dedos na ficha, arranjar maneira de acordar a alma, trazê-la de volta ao “terreno”, ao real, ao momentâneo.
Finalizando, que o texto já vai longo para uma mensagem “sem sumo”, fica mais uma citação: “Na festa dos vencidos não se aceitam marcações, não existem prémios não desperta tentações. Põe-te à vontade ninguém te quer enganar, eles perdem tudo, não há nada p’ra ganhar.”


Ah, não podia deixar de agradecer às quase “300 almas” que já visitaram o blog. Vou tentar ir continuando a alinhar caracteres de forma a que estes façam algum (pouco) sentido, mas mesmo assim, formando frases com sentido. Só não sei em que sentido (só sei que será no sentido da marcha...)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ausências

Neste post vou limitar-me a incluir um video de uma música que julgo ter "um quê" de sentido para qualquer um em, pelo menos, uma qualquer etapa da vida. Por este ou aquele motivo há sempre gente que "fica ausente"...



Peço desculpa pelo vídeo, mas foi o que encontrei disponível. Deixo ficar aqui a letra da música, para que nada "vos escape".

SEMPRE AUSENTE (A. Variações)

Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas p'ra quem quer que seja
Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
De vida vazia

Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Que queres alcançar

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

domingo, 19 de outubro de 2008

Deixem-nos descansar os tímpanos

Já há algum tempo que tencionava escrever um post relativamente a um fenómeno auditivo que persegue, provavelmente, muita gente. Como é sabido por alguns dos habituais leitores deste blog (aqueles que insistentemente vou massacrando no Messenger quando escrevo algo novo), actualmente estou acometido à realização de algumas viagens diariamente, pelo que me tornei num (ainda maior) consumidor de radiofonia!

Fácil e rapidamente constatei a existência nas ondas do éter de uma “Júlia Pinheiro” da música que, povoa a playlist de muitas rádios (à excepção de uma que só “passa” música dos anos 70,80 e 90 e que para não fazer publicidade não refiro aqui) e que durante o dia arranja sempre maneira de “aparecer” para provocar mais este ou aquele dano nos tímpanos mais susceptíveis. Estou a falar da música The story interpretada por alguém com “nome de bebida”: Brandi Carlile.

Para que possam tirar as vossas conclusões deixo aqui o vídeo:



Quero referir que não tenho nada a favor ou contra a música em si, mas sim com os decibéis debitados.
Recomendo que antes de clicarem no Play, baixem o volume dos vossos equipamentos.

(A qualidade do vídeo e do som está duvidosa, porque foi a única “viável” que encontrei no youtube, mas confio na vossa capacidade de exclusão das “piores partes” e na vossa melhor compreensão)

(in) Definições



Uma dificuldade com que, certamente, muita gente se depara são as palavras e/ou expressões que nada dizem. Ou seja, algo do género “ nem mais nem menos, antes pelo contrário e vice-versa” deixa qualquer um, quanto mais não seja, “mentalmente boquiaberto”.

Hoje, irei “debruçar-me” sobre a palavra “coisa” e as suas variantes… sendo que a variante masculina “coiso” é muito sui generis, pelo que não irei por esse caminho.
Afinal de contas, o que são coisas? O que é uma coisa? Todos sabemos que há coisas que acontecem, há coisas que era suposto acontecerem e há coisas que não há coisa alguma que as explique. Mais coisa, menos coisa, acabamos por ficar na mesma e não saímos do síndrome (culinário) de “pescadinha de rabo na boca” em que não se chega a lado algum.

Já houve mais alguém que se tentou debruçar sobre esta problemática, pelo que vou fazer dele as minhas palavras:

As coisas têm peso
Massa, volume, tamanho
Tempo, forma, cor
Posição, textura, duração
Densidade, cheiro, valor
Consistência, profundidade
Contorno, temperatura
Função, aparência, preço
Destino, idade, sentido

As coisas não têm paz


Espero, desta forma ter contribuído para esclarecer algumas das dúvidas que vos sirvam e consegui fazer, talvez, do Espaço Amplo um “mini” instrumento de trabalho.

(foto: www.olhares.com)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Palavras para quê?


Entre a apatia e a hiperactividade cerebral, eis que surge mais um daqueles momentos de existencialismo posto em causa…

Aqueles momentos em que se procura a banda sonora mais adequada mas, mais mp3 menos mp3 ficamos na mesma. Mudasse de “onda” musical, mas o feeling é o mesmo. É como que um estado crónico de insatisfação musical e de incompreensão que, de tão incompreensível, chega a não permitir que se compreenda o que se quer (ou precisa) de ouvir.

Estarão, por certo, a pensar que não está fácil a compreensão do que “este” hoje quer dizer, mas é mesmo isso. Acho que acontece a todos estar perante situações em que não se sabe o que dizer, para quê dizer e/ou a quem o dizer…

Numa perspectiva mais passadista e menos atenta ao “fenómeno” deste espaço, seria de esperar que este post não passasse sem referir o chavão: «Palavras para quê? É um artista português» e, como não quero defraudar qualquer hipótese de expectativa de alguém que leia o blog, porque dos visitantes que já cá estiveram sei que alguns leram (aqueles a quem fui referindo que já tinha um post novo), aqui fica a afamada citação do spot publicitário.

Já que, pelo que se sabe, «palavras…leva-as o vento», deixo aqui algumas (não minhas, mas do Tordo), na esperança que o zéfiro amaine:
Como se eu mandasse nas palavras
Pediram-me que a dor fosse um sorriso
Como se eu mandasse nas palavras
Disseram-me ser louca sem juízo

Como se eu mandasse nas palavras
Falaram-me que a água era o deserto
Como se eu mandasse nas palavras
Disseram ser o mesmo, o longe e o perto

Palavras não são só aquilo que eu oiço
Não peçam que eu lhes ganhe ou não as sinta
Palavras são demais para o que posso
Não peçam que eu as vença ou que lhes minta

Como se eu mandasse nas palavras
Quiseram que trocasse sol por lua
Como se eu mandasse nas palavras
Disseram que amar-te era ser tua

Como se eu mandasse nas palavras
Queriam que emendasse o que está escrito
Como se eu mandasse nas palavras
Daria agora o dito por não dito

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Astronauta



Desta vez, não vou estar aqui com textos, deambulações ou (pseudo) análises de noticias... desta vez deixo um video que encontrei no youtube quando procurava precisamente esta musica. Não é das músicas mais conhecidas (em Portugal) deste intérprete mas, tal como muitas outras, tem uma letra demasiado rica para que se possa dizer o que quer que seja sobre ela.

Quem não gostaria de ter as respostas a muitas perguntas ao alcance de um simples mail?


A Terra é um planeta em extinção

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Magalhães vai ter versão para adultos


Realmente...ou hoje estou muito "atento" ou então as noticias estão muito "alternativas". Vejam a seguinte, que está no jornal "Sol":

« Magalhães vai ter versão para adultos

Depois de conquistar as escolas, o portátil Magalhães vai surgir no mercado em duas versões destinadas a um público adulto e para as crianças não abrangidas pelo e.escolinhas, pouco habituado a lidar com as novas tecnologias. Os Magalhães «Descobrir» e «60 Minutos» vão chegar às lojas hoje à noite»

Magalhães em versão para adultos!? Oh meus amigos...há títulos infelizes, eu sei, mas também há títulos que em muito poderão ajudar a vender jornais! Há, também, aqueles que são provocadores...


Mas, não foi só o título que me "inquietou"... então não é que há crianças que não estão "abrangidas pelo e.escolinhas"? Quais serão estas?Será que são as que andavam nas inúmeras escolas que têm encerrado nos últimos anos e que agora estão a trabalhar?Ou ...vai surgir uma disciplina de carácter obrigatório de informática nos infantários?


Eh pah...mas "Magalhães vai ter versão para adultos" e ... "vão chegar às lojas hoje À NOITE"?


Eu cheguei a ouvir o homem da conspiração mas...


Como diria o outro: "vale a pena pensar nisto"...

Afinal como é?


Segundo "avança" a agência Lusa, «as embalagens de "Milk Drink", com leite em pó oriundo da China, foram hoje retiradas de um "supermercado" chinês sito na Praça da República, Porto, tendo um dos seus funcionários garantido, à Lusa, "que nunca tinham comercializado" qualquer produto com aquele componente.»

O que consigo perceber daqui é que (mas pode ser só uma percepção minha...) o funcionário aqui citado provavelmente terá consumido algum do leite contaminado e, ao que parece, também tem efeitos alucinogénicos porque como retiraram o que nunca existiu? Isto pode ser sobrenatural...ou, então, obra de algum filósofo moderno: Retirar o que nunca existiu... Poderia pedir-se que Sócrates (também) explicasse isto...mas já me avisaram para não escrever nada que pudesse estar (minimamente) relacionado com politica, por isso, que se pronuncie outro filósofo (desde que não tenha nome de político, se puder ser...).


O que conhecia de "mais parecido" era: "O que não existe, não tem fim..." mas, isto pode ter (ainda assim), um bocado mais de lógica e daí talvez...
Nota: A imagem é uma "vaca chinesa", tirem as vossas conclusões (pesquisei por "chinese+cow"..)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

The Happy Life


Num momento de pesquisa de musicas no youtube, tive a oportunidade de me deparar com o vídeo que apresento de seguida. O nome por si só (julgo) ser minimamente sugestivo.



Se a vida de cada um se resumisse a recortes de jornais era tudo tão diferente. Alguns, por certo, já teriam, também, uma parede forrada de recortes… outros, porém, estariam agora a começar a empreitada de bricolage em principiantes procedimentos de corta e cola…

Já agora…tencionas descolar mais tarde alguns dos recortes? Deixas uma ponta não colada para depois poderes descolar mais facilmente ou… vais colar por cima?


When we all give the power
We all give the best
Every minute of an hour
Don't think about the rest
Then you all get the power
You all get the best
When everyone gives everything
And every song everybody sings

(...)Life is life (nanananana)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Ideias


Regressei à escrita… ou melhor, ao encadeamento de caracteres que se vão sucedendo, como braçadas num fresco mar de Verão. Não sei o porquê, mas a vida são mais do que “porquês”, pelo menos nesta idade (avançada), como quem passa da idade para a insan(idade) a passos largos. Nesta caminhada natural da vida, vou tentando dar passos pequenos, mas há aquelas alturas em que parece mesmo que andamos de andas e lá vai uma passada “daquelas”. Porém, há os outros “momentos” em que, sem dar tempo a que se apercebam, descemos das andas e damos uns passos para trás, apenas para equilibrar a passada e restabelecer o ritmo.
Sol, chuva… este Verão está a ter de tudo um pouco: amigos, solidão, esperanças, desesperos e, novamente, sol e chuva…

Parece ser este o factor incondicional de muitas conversas: o tempo. Ele é o grande salvador de muitos silêncios constrangedores. Porem, frases como “este tempo está cada vez mais incerto”, “tem estado muito calor” ou “olha o dia de ontem e o dia de hoje” já deviam ter os dias contados…para quando umas frases para substituir estas? (aceitam-se sugestões).

“Meia volta, volta meia”, surge uma forte inspiração seguida de uma sonora expiração, o denominado “suspiro” que limpa a “aura” e dá um alento para o que “há-de vir”… há quem suspire pelo Sol, pela praia, pelo comboio que a vai levar a passear ou mesmo pelo Inverno. Ok, admito ser das poucas pessoas que em pleno Verão já pensa no Inverno, mas se há estação do ano que aprecio particularmente, o Inverno é que “está lá”. Poderão pensar que é para ser do contra, mas não é isso. É algo que vai além da razão. O Inverno é aquela estação do ano em que (normalmente) não há “meias-tintas”: Há frio e chuva para toda a gente. Não há cá “chico-espertismos” que os safem! Guarda-chuvas e casacos aparte, aproveitem o Verão que ele está aí… enquanto isso…tomem banho no mar gelado, bebam sumos gelados, anseiem por correntes de ar fresco… porque no Inverno tudo se irá inverter.

Carpe diem’s supérfluos à parte: “Não me importa o que serei/quero é viver”.


A imagem...bem... esta imagem resultou da pesquisa com as palavras "summer+winter"...fala por si ;-)


Ah, obrigado pelas visitas ao blog. Se possível, venha de lá um comentário...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

(A)manhã


É a pele de um novo dia, de uma nova esperança, de mais um dia, de ansiedade, do dia-a-dia, do desespero… do (lento) passar dos ponteiros num fundo cinzento.

São novos traços de um pincel numa folha branca, apenas preenchida por um sol que se espera que “o seja verdadeiramente” aquecendo e iluminando o papel. É um virar de página, num bloco de folhas em branco, com aquela marca d’água a altas temperaturas.

Outrora disseram que “o amanhã é sempre longe de mais”, por certo porque há sempre algo que desejamos que aconteça já amanhã, ou então é algo que não queremos fazer naquele instante e que relegamos não para amanhã, mas para uma outra “manhã” qualquer… é uma esperança manifesta, quer num caso, quer noutro até porque “tomorrow never dies”.

É sempre agradável esperar pela chegada de um (novo) amanhã, com a sua característica brisa que refrigera os ossos, mas que aquece a nossa componente não corpórea (alma? Quem sabe…).

Este exercício esperançado e fresco só se encontra completo no balanço do por-do-sol, quente, bafiento que contrapõe um inicio fresco de começo com um maçador calor de fim de tarde. Como diria “o outro”: há que aproveitar o “lusco-fusco” para, sob a forma de stand-by preparar o que virá depois...


Manhã, que em ti encerra

Este mar que não se altera,

este vento na galera

que teima em ti pousar.

Madrugada, de repente

Sou pássaro sou gente,

Tão distante e nunca ausente

E teimo em ti pousar.



Até amanhã

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Veraneios


Verão, calor, sol, praia… vida em tons ruborizados do sol…do calor… do “ar quente” que nos eleva a existência do ser.

Tanto calor…suores… desesperos suados por uma brisa fresca, uma ondulação batida a ritmo num paredão irregular e quase sem forma que nos faz, finalmente, sentir uma frescura longínqua que, como diriam os matemáticos, “tende para infinito” mas que está mesmo ali ao nosso alcance.

Esta é a época em que foguetes sobem no ar (iguais aos de sempre?) provocando um exercício de movimentação da musculatura do pescoço de forma a permitir que os olhares curiosos possam admirar tal espectáculo, sempre na expectativa de visualizar algo novo, minimamente diferente.

São músicas que surgem, ressurgem e fazem os corpos repetir coordenada ou descoordenadamente as batidas de uma bateria intensa ou um solo de guitarra num movimento de amplitude dos braços com uma guitarra virtual junto ao corpo e com cordas fáceis de dedilhar em acordes nunca antes imaginados que acompanham letras mais ou menos lógicas e mais ou menos fieis ao original ou, então, com sonoros “na, na, na, na” que substituem qualquer poema de difícil repetição.


Falta agora ver o Verão e esperar novidades…. das “frescas”.

sábado, 5 de julho de 2008

Wind of change



Vento, brisa, aragem, zéfiro …ou simplesmente ar com mais ou menos movimento é o responsável por fazer secar a fonte que outrora foi de água mas que agora é de vazio…de ideias! Como que um vento norte (claro que teria de ser proveniente deste ponto cardeal…) assolou o meu “país das cogitações” e varreu quase por completo as ideias, tendo ficado apenas a vontade de escrever. Ficou como que um pequeno sopro fresco a tentar combater um ar pesado, húmido, bafiento e rarefeito.

Agora, perante o nada (ou o “quase nada”) não se afigura fácil cumprir a vontade (ou necessidade) de escrever. Mas…é sempre do nada que algo acaba por surgir. Bem…nem sempre é “do nada”, mas implica sempre a existência de um inicio, isto é, de uma raiz, algo que prenda, sustente, alimente. O ponteiro pisca e texto não flui… (outrora diriam para deixar fluir a pena - hoje será algo do género: não deixes o ponteiro começar a piscar).

Serão ventos de mudança? Brisas de fim de tarde? Furacões? Tornados? Bem… a ideia da brisa ao fim da tarde parece-me francamente uma “boa ideia”. Assim, junto-lhe um mar “batido”, ondulado, vivo e um olhar para o horizonte…nuvens ao fundo e algumas estrelas a quererem despontar num firmamento que vai perdendo aos poucos o seu céu azul.
Venha de lá o “ar puro”, uma “lufada de ar fresco”, um vento proveniente de “boas famílias” e portador de boas indicações porque o meu barco (perdido) está à deriva, com o leme pouco funcional, estando, portanto, a navegar ao som do vento. Ritmado, mas pouco convicto. Bússola partida, astrolábio sem instruções… navego ora numa deriva controlada, ora numa rota descontrolada mas sigo…”vou indo”.

sábado, 21 de junho de 2008

Poço




O título deste “post” podia ser miragem, vazio, distante…sem fundo…mas optei por poço porque dá uma ideia mais “fresca”, mais natural…mais objectiva.


Poço que poderia ser das virtudes, dos desejos, das fortunas… mas será antes um poço com água e ar em quantidades aleatórias. Um poço com um fundo muito distante, com um balde de madeira pendurado pronto a deixar-se levar na escuridão incerta…sim, porque olhando para baixo apenas se vê uma escuridão inquietante e que convida ao arremesso de uma pequena pedra para ver quanto tempo é que esta demora a chegar ao fundo, de forma a ter “uma noção” da profundidade, para substituir o incerto pelo pouco certo (que, inconscientemente, queremos considerar como certeza quase absoluta).

Há alturas na vida em que olhamos para a vida, como se o relógio estivesse parado, e encarando-a de frente não conseguimos ver nada em concreto. Como se uma “miopia crua” não nos permitisse ver além do nevoeiro e, mesmo quando o nevoeiro parece desvanecer-se o que conseguimos ver é uma longa estrada com árvores (cheias de folhas verdes a dançar ao vento) de ambos os lados mas sem indicações, sem uma mísera placa indicativa do que quer que seja. Uma estrada que termina com uma curva. Uma curva para a direita mas que não sabemos onde vai dar. Esta metáfora da estrada poderá ser mais preocupante quando nos apercebemos que, afinal, não estávamos a olhar para a frente, mas antes para trás…mas isso são outros caminhos, até porque esses já foram percorridos.

Então, no meio da estrada… resta-nos olhar para o poço e novamente encontrar outro vazio. Este numa mistura de estados…ora líquido, ora gasoso…mas sempre enigmático, difuso, incerto. Ali, guardado por aqueles blocos graníticos frios, rudes, sujos, disformes. Como é que aquela protecção tão “básica” pode encerrar um “mistério” daqueles.

Bem, o texto já vai longo e, não querendo “dar de beber à dor” com água deste poço… queiram desculpar-me, ninguém vai dar por nada, vou sentar-me aqui, à beira do poço, e vou adormecer com as estrelas à luz da lua…

terça-feira, 10 de junho de 2008

Respiro


Inspiro
Expiro
Espirro
Quase conspiro
Quando respiro…
Mas, mantenho-me fiel aos princípios e a mim mesmo sugiro
A mudança da “mundança” em que giro
Que por vezes não passa de, no pé, um tiro
Quando surge a vontade de dizer que me “piro”…
Deambulo, transpiro…
Mas eis que surge mais um suspiro
E, novamente, inspiro e expiro…. Respiro!

Além da potencial associação ao fantástico e utilíssimo objecto associado ao fenómeno renovação de ar… este “respiro” é um estado latente… como que no sufoco quente de uma tarde de Verão em que se espera o revigorante refrescar da brisa… de alguém que abra uma qualquer janela escondida que nos garanta uma corrente d’ar refrescante… um “ar fresco” do tipo D. Sebastião, mas sem manhã de nevoeiro…mas que tarda em chegar.
Não se importa de me servir alguns dias de vida com 2 cubos de gelo? Obrigado!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Publicidade


Das “coisas” mais agressivas do dia-a-dia, a publicidade é uma delas. Em alguns casos somos confrontados com anúncios que são autênticos murros no estômago, como é o caso da publicidade ao tarifário TAG, ou as “mães galinhas e pais babados” do continente, cujo anuncio parecia mais “incontinente” quer pelo número de vezes que dava, quer pela duração e (pseudo) diversidade de anúncios que davam a ideia de pequenas “pinguinhas” a precipitarem-se no subconsciente alheio.
Depuralinas à parte, porque este texto não é suposto conter marcas ou referências comerciais, esta semana deparei-me com uma publicidade, no mínimo, interessante que não é um “murro no estômago”, mas antes uma pena a deslizar na planta do pé! Passo a citar: “Melhore as suas dores nas costas”. Atente-se no facto de uma grande percentagem da população portuguesa ter problemas nesta “área anatómica”, o que transmite que até nas dores de coluna o português está a banalizar. Assim sendo, nada como recorrer a esta instituição fantástica que, julgo, poderá converter as banais “dores de costas” em excelentes bicos-de-papagaio ou, ainda, em estupendos danos no nervo ciático, garantindo quiçá uma marreca fantástica, sempre útil para um “Quasimodo” de ocasião (por exemplo no Carnaval).
Mas, nem só de publicidade básica vive o consumidor. Também há anúncios que considero brilhantes, quer pela originalidade (como os da coca-cola), quer pelo modo de passar a mensagem (como os da PT com os Gato Fedorento), passando pelo mítico da TMN com o homem no meio das ovelhas a dizer “Tou xim, é pra mim!”.
Voltando ao lema da amplitude deste espaço, solicito aos resistentes algum feedback relativamente a spots publicitários que achem interessantes e, porque não, tal como o Eusébio tem um desconto igual à idade na Multiopticas, o Mantorras ter um desconto igual ao número de lesões no joelho para calçado ortopédico da Camport? Como diria o outro (ao qual não posso nem devo fazer publicidade) “Vale a pena pensar nisto…”

sábado, 26 de abril de 2008

Porquê



Depois da idade dos “porquês” (que não sei se será tanto uma “idade” ou mais uma “fase boomerangue”), as nossas vivências alimentam-se e sobrevivemos graças a repostas a porquês e a acções tendo por base propósitos definidos! Não pretendo com isto dizer que somos “calculistas”, mas quem é que gosta de dar um passo em falso ou, então, fazer algo, como se diz na gíria, “para aquecer”?
Quase todas as acções realizadas são, previamente, pensadas…pelo menos as ditas “de monta”, tanto que implicam sempre a grande movimentação de recursos e implicação de tempo que, se não “for dinheiro”, não tem interesse…
Mas, esta problemática de pensar nas acções tem uma outra problemática intrínseca, isto é, se não se pensa na acção, resulta um acto irreflectido (com um inerente risco elevado) o qual que poderá ser bom ou não (mas cuja avaliação não passa sem o pensamento e o célebre pesar de “prós e contras”).
Se, por sua vez, a acção é precedida de intensa cogitação, aqui o resultado poderá ser que… se tenha perdido uma oportunidade para o que quer que seja, porque tanto pensamento levou a que a acção fosse substituída por aparente marasmo ou, parafraseando o povo, o pensador foi um “morcão” (foneticamente murcom), porque tanta actividade dos neurónios substituiu a acção muscular.
Assim, penso que o ideal será fazer sempre uma análise “q.b.” perante cada acção e, fundamentalmente, apostar num balanço que não nos faça errar, ou melhor, errar o mínimo possível porque errar é humano mas repetir o erro já começa a ser desumano!
O que gostaria de saber é porque é que só estamos habilitados a dizer isto quando aparentemente nos é pouco útil e também porque é que umas vezes é tão básico perceber isto e noutras é impraticável a sua aplicação no nosso dia-a-dia! Tudo isto resulta de uma relação “amor/ódio” com a expressão Cogito ergo sum (penso logo existo).

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Azar nítido...


Chega!
Algum dia havia de chegar a este ponto!
Já não dá mais!
Afinal de contas (passando a redundância), já perdi a conta a tantos pedidos, sugestões ou mesmo recomendações amigas “destas”.
Caros companheiros, amigos, palhaços desta roda que é a vida… Eis que é chegado o momento em que surge a gota de água que faz transbordar o copo. Bem, vou tornar este texto mais explicito, não vá alguém fazer alguma leitura precipitada e errada sobre o “exposto”.
Assim, venho por este meio dizer basta aos anjinhos, estrelas, gnomos e mais figuras simbólicas e mitológicas que se possam lembrar de incluir numa recomendação amiga. Estou a “falar” daquelas demonstrações de “carinho” sempre bem intencionados de um “amigo” que não se esquece de começar com o aviso: NÃO TE ESQUEÇAS DE ME REENVIAR!, ou sei lá mais o quê. Então não é que estes amigos do bom ou mau agouro (melhores amigos, quiçá) aproveitam “o lanço” para nos “abalroar” com figurinos, normalmente em número impar, que com pseudo-palavras bonitas e, quando possível, acompanhadas de “cruas” fotos de paisagens…palavra puxa palavra e lá termina com uma série de anos de azar no caso de tal informação não ser devidamente reencaminhada para uma “resma” de gente.
Esta “praga” habita os nossos telemóveis, mail’s, hi5’s e semelhantes… em suma. pelas contas que ainda não fiz, ou seja, numa estimativa, daqui a vários anos os meus e vossos netos (caso surjam, porque com tanto “azar” nunca se sabe…) ainda vão andar a pagar “anos de azar” em suaves prestações mensais! Esperemos que entretanto ninguém se lembre de indexar estes anos de azar à Euribor ou semelhante senão… então aí é que a situação vai ser um real caos em que a solução apenas poderá passar pelo passo em frente (mesmo que seja rumo ao precipício). Apesar disso, meus caros, eu vou continuar a não reencaminhar este tipo de documentação, por muito que vossas excelências achem pertinente continuar a reencaminhar-me. Vou continuar a arriscar, a abusar da sorte… com o pé no risco da linha do azar…. mas, mesmo assim, vou continuar a cogitar um “Vá de retro” sempre que tal ocorra.

domingo, 23 de março de 2008

So(riso)


Certamente já muito se escreveu sobre o movimento da musculatura facial que consiste num maior ou menor esforço para mostrar (ligeira ou consistentemente) a dentição, por vezes acompanhado de um registo sonoro, discreto ou hiperbólico, mas sempre “característico”.
Há coisas que nos fazem rir, outras que nos fazem sorrir e, outras ainda, que mascaramos com um sorriso (comprometido ou para não comprometer) … ou seja “para a fotografia”.
Assim, o so(riso) varia consoante a situação, o estado de espírito ou mesmo a sua ausência e consoante a circunstância.
Não se prevê (da minha parte) provocar um simples esboçar de sorriso da vossa parte aquando da leitura, mas no caso de o esboço provocado ser um bocejo, agradeço que também não mo comuniquem.
Voltando ao tema, não são só as situações que nos fazem sorrir, também certas pessoas nos fazem rir ou sorrir com a sua pessoa (não se entenda “rir da”, mas “rir com” a pessoa), mas também há aquelas que nos fazem sorrir “entre dentes”, ou até perder a vontade de sorrir.
O simples gesto do sorriso pode acalmar, transmitir confiança, “quebrar o gelo” e, quem sabe, ser uma ponte para um entendimento (ou para um desentendimento, quando acompanhados de uma textura em tons alternativos ou na ausência de textura...).
Algumas pessoas que vão (assim o espero) ler este texto, sabem que me conseguem arrancar um sorriso “sincero” e, de quando em vez, um riso alicerçado, a vocês a minha homenagem por conseguirem, por vezes, esta árdua tarefa. Outros há que, como a qualquer simples mortal, me dão vontade de não sorrir, o que não implica o sentimento tido como oposto, que é chorar. Afinal, o que estará nos antípodas de sorrir? Na minha perspectiva o contrário de um sorriso apenas poderá ser um “não sorriso”…
Bem… aguardo a vossa opinião. Não se riam, comentem… :-)

Finalizando, com uma “frase feita” (mas sem ser daquelas que o sorriso enriquece quem o recebe e tal e tal…):

“Feliz a 100% só mesmo um pateta feliz”.

A escolha da imagem… bem… a escolha “caiu” sobre um personagem que tem um lema de vida que se coaduna, de certa forma com o tema (“Hakuna matata”).

terça-feira, 11 de março de 2008

11 de Março

Hoje nao vos escrevo, mas transcrevo um texto elaborado por alguém que esteve em Madrid pouco tempo depois dos atentados. Como gostei do texto, resolvi partilhar.....o texto está em português "do brasil". Outras perspectivas, rumo à "amplitude":

Cheguei ontem de Madrid. Entre muito frio e chuva, visitei a cidade! Estive hospedada na casa de amigos em Alcalá de Henares, a cidade de onde partiu a maioria dos comboios que explodiram. O único que não saiu, passou por lá. Como pode-se imaginar é uma cidade de luto! Muitas faixas pretas nao deixam esquecer o que aconteceu.
Ouvi, dos meus amigos brasileiros que lá estão, que as pessoas que estavam nos comboios que nao explodiram estão passando por tratamentos psicológicos. As bombas explodiram em comboios alternados e essas pessoas, que deram a sorte de não estar nos comboios destruídos, tiveram que atravessar pelos corpos mutilados, em busca de socorro.
Os explosivos utilizados são especializados em estraçalhar a carne humana. Assim, fica fácil de entender as 13 sacolas de restos mortais que sobraram sem identificação. As pessoas disseram que o mais marcante e difícil de esquecer é o cheiro de carne assada misturada com sangue pisado.
Fiquei chocada quando percebi que apesar de todo o estrago, esse atentado não funcionou com perfeição. A intensão era explodir dentro da estação de Atocha. Como não foram utilizados homens bombas e sim mochilas explosivas, eles erraram nos cálculos e explodiram antes, pouco antes. Se eles tivessem conseguido explodir a estação (a mais importante de Madrid), a tragédia seria infinitamente pior. Imaginem uma Estação da Lapa (guardada as devidas proporções), indo pelos ares as 8 da manha...
Fiquei aterrorizada! Andei assustada em Madrid todo o tempo. As pessoas falam em evitar o pânico, manter a normalidade para não entrar no jogo dos terroristas. Mas para mim, brasileira, aquilo tudo é uma loucura tão grande, que não consigo me manter indiferente.
Inclusive, fui fazer um macabro tour pela famosa Atocha! Me convenceram falando de sua beleza e, de fato, fiquei surpreendida! Um jardim de inverno enorme toma o centro da estação. Estação esta que reune metrôs, ônibus e trens nacionais e internacionais. Nos locais das homenagens, entre fotos, mensagens, velas, faixas, existe uma pequena bandeira verde e amarela representando o brasileiro que morreu. Essa bandeira me chamou a atenção que não estamos mais tão distantes do terror. O terror não está só lá no Iraque, está aqui ao meu lado...
Eu, que nunca tive grandes contatos com terrorismo, fui surpreendida por ETAS, AL QAEDAS, Terroristas Islâmicos, Bin Laden... Esses assuntos agora me acompanham na faculdade, no meu trabalho, no noticiário, nos meus estudos, no medo do dia-a-dia... Na Europa, fala-se na constituição de um exército único, de uma união de forças contra o terrorismo. Fala-se em vence-los com inteligência e nao com guerra. Li no jornal uma frase do Doutor Diogo Freitas do Amaral que resume essa filosofia: “Bin Laden anda a procura do inimigo cristão; a Europa unida deve começar rapidamente à procura do amigo árabe”.
Achei interessante o pensamento! Tem como base o ser humano, o respeito as diferenças, a proximação com os arábes moderados. Lembra-me ao longe, o sincretismo religioso tão bem representado na minha Bahia. Porém, não deixo de lembrar que recentemente, as alunas mulçumanas foram proibídas de utilizarem seus véus nas escolas públicas da França...
By Nina

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Zen



Tédio, melancolia… sucessão de inspirações e expirações num “respirar inato” que apenas visa encaminhar mais umas moléculas de oxigénio para o interior do organismo.
Estado biológico? Não!
Estado psicológico? Não!
É mais um “básico” “estado sólido” com ideias voláteis muitas vezes imiscíveis com racionalidades e emoções… assim como que suspensas no ar, a sobrevoar… ou então como uma sombra que não se “alimenta” de sol para viver, mas dos nossos tempos mortos, ou em casos mais “sérios”, devora lenta e fatalmente dos nossos neurónios.
São ideias, pensamentos, “fantasias”, reflexões, concepções… são jardins secretos que percorremos, no meio do cinzento de um dia granítico, na secura de um Saara de emoções enquanto se deambula entre estranhos conhecidos, conhecidos estranhos ou mesmo quando se estranha o facto de não se saber (exactamente) de onde se conhece a pessoa que passa.
Como podem constatar, mais uma vez, a minha massa encefálica continua a processar uma qualquer informação…que nem eu sei ao certo no que vai dar, sendo que até mesmo eu desconfio se irá dar a lado algum ou, ainda, se terá mesmo que levar onde quer que seja (maldita condição humana de querer resultados e respostas).
Esta vida enigmática, feita de “rasteiras” que nos fazem “acordar” do sonambulismo que nos entorpece os instintos e as acções irreflectidas, chega a ser indecifrável, duvidosa… mas aqui (não como no caso de estar perto do abismo) há que dar o “passo em frente”, rumo a algo melhor ou, pelo menos, rumo a algo diferente…afinal, o fim de tudo não passa de um recomeço e estes pensamentos são parte da “viagem”, passo a passo...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Requiem for a dream


Podia escrever subtilezas, coisas sérias, abordar temas incómodos, mas o que me está na cabeça é sempre o mesmo. Há alturas em que por muito que andemos, não saímos do sítio, como se fosse um pensamento “em rotunda” em que por muito que se queira encontrar a saída, não há maneira de ela aparecer e continua-se a andar em círculos.
Pode muito bem acordar-se, sem se notar que o mundo continua igual, para mais um dia de obrigações laborais, passar o dia quase a sobrevoar a vida e, quando este acaba, quando se congratulava por terem passado 24h sem “pensar” no assunto, se cai na realidade que, afinal, ele esteve lá como que latente quanto mais não fosse quando se pensa que não se pensou nele.
Sei que esta deambulação de pensamentos está confusa, mas é mesmo assim que os meus pensamentos se têm processado: UMA CONFUSÃO!
Muitas vezes há aquele desejo de poder mandar parar o pensamento, de deixar a racionalidade de parte e como que “estagnar na vida” a ver no que dá! Mas, no final de contas, o pensamento é “mais forte que nós” e lá está ele a mandar e a condicionar a nossa vida, a cortar as “asas” aos actos mais “irreflectidos”, mas mesmo assim reflectidos!
Como podem ver, isto é um sem-fim, é uma sequência de palavras e frases pensadas, cogitadas, matutadas, equacionadas, reflectidas, quase premeditadas, que não leva a lado nenhum, mas também era suposto levar?
O que me parece é que muitas vezes o pensamento é mais que um conjunto de cogitações, é mesmo um “Requiem for a dream” que em vez de nos acordar nos “embriaga” e paralisa.
Em suma, Cogito ergo sum

domingo, 27 de janeiro de 2008

Dedo na ferida


Desta vez escrevo sobre umas das muitas expressões fantásticas que ornamentam os nossos diálogos e que, quando alguém pára para pensar, ou, quem sabe, cujo cérebro pára de pensar (?) repara que tal frase pode ser cruel, como a do título, ou então no mínimo controversa do tipo “enquanto o diabo esfrega um olho”, como se o diabo estivesse com conjuntivite? Se o fosse, a expressão não deveria ser «Enquanto o diabo “coça” um olho?» Bem, esta frase serve apenas para vos alertar que as duvidosas (as frases, claro) andam aí.

“Voltando à vaca fria” (que raio de expressão), esta coisa do dedo na ferida tem mesmo algo de cruel e pouco “humano” que poderá não ser perceptível “à vista desarmada”, mas que em muito ultrapassará o motivo da sua utilização.

A última vez que me ocorreu a sua utilização foi na semana passada em que, estando o meu computador desprovido de placa de som, os meus caros amigos decidiram aparentemente inconscientemente, mas de uma forma quase massiva, enviar-me ficheiros áudio/vídeo ou então um ou outro link do youtube! Não há condições! Então eu digo que estou sem placa de som e eles resolvem mandar ficheiros que implicam a utilização de tão “mal-amada” componente de um básico computador para que o ficheiro faça algum sentido!

Passado que está este desabafo, e como não estou a ver que algum dos leitores tenha uma placa de som a ganhar pó em casa ou queira “abrir os cordões à bolsa”, agradeço que aguardem um pouco e aguentem tais ficheiros/links em “banho-maria” (banho-maria também é uma expressão muito “alternativa”).

Despeço-me com mais um poema, sempre alusivo, na medida do possível e dos conhecimentos do “postador”, ao tema do post

SANGUE FRIO
(Carlos Tê)

Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca sangras quando sofres
Guardas a dor dentro do cofre
Se alguém decifra o segredo
E se pica no teu ferrão azedo
Tu lambes-lhe o sangue do dedo
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raça tão rara
Que tem no olhar o gelo quente

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

...escrever...escrever...




Mais umas linhas que se preenchem, sem saber porquê, nem para quê! As únicas certezas são o “quando” e “onde” se escreve. Mas, honestamente, que se lixe! Afinal não estou aqui para agradar a ninguém! Estou simplesmente a escrever porque … porque… porque me apetece!
Este espaço de escrita, que tinha idealizado “amplo”, afinal não passa de um monólogo pontualmente dialogado. É certo que os “temas” também podem ser “estranhos”, alternativos (sempre gostei de este adjectivo que ao mesmo tempo diz tudo e nada), ridículos, difíceis de comentar talvez. São estados de alma… talvez uma alma “parada”, inquinada, mas, mesmo assim, são a forma de expressar, por palavras, o resultado de uma intensa actividade cerebral que, normalmente, não conduz a lado nenhum e que culmina com esta sucessão de caracteres despejados à luz de um chocolate quente, de um coçar de cabeça, de um suspiro cansado mas que precisa de ser devidamente exalado.
Para terminar, para que este texto não seja acusado de ser tão longo como os restantes, cito duas letras de músicas que, neste momento, passam constantemente na playlist da minha massa encefálica:

“Vou sem rumo nem Norte, sem rima nem mote… vou indo” e “Toda a gente passou horas em que andou desencontrado, como à espera do comboio na paragem do autocarro”…