quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Greve!

Amanhã… dia de greve nacional da função pública! Assim sendo a vida vai ser completamente diferente dos outros dias! Não vão haver listas de espera nos hospitais, nem pessoas a refilar na segurança social. Amanhã, mas apenas amanhã, os funcionários públicos não vão fazer nenhum! Ou vão? Será que eles sabem que estão a fazer greve ou como a conveniência ditou uma greve à 6ª feira (e só pode ter sido obra do Governo), os pobres coitados são todos obrigados a fazer um fim-de-semana prolongado! Não há justiça! Como é que tal é possível? Só faltava haver feriado nacional 2ª feira para piorar a situação!
Mas, os mais aborrecidos não se aborreçam com o aborrecimento do dia pois, certamente, os sindicatos vão discutir e contrariar o Governo se o país está a “todo o gás”, a “meio gás”, a “campingaz” ou ainda a “faísca”! A única certeza é que, certamente, ainda haverá país e a Terra vai continuar a girar!
Com ou sem greve da função pública, para compor o ramalhete, só faltam alguns discentes sábios e eruditos, a passear pelas ruas com mochilas às costas cheias de conhecimento, a protestar porque os “panikes são servidos frios” (desculpem a publicidade, mas a marca sobrepõe-se ao produto em si), porque não há aulas de educação sexual (são práticas, não são? Alguém nos garantiu que eram e que a professora não era aquela que se vai reformar este ano!!!) ou porque as aulas cansam!
Ainda haviam alguns que falavam mal da “minha geração”, que ficou conhecida como “rasca”, mas a credibilidade destes passeios e das greves às sextas feiras… já dizia o santo padroeiro dos advogados, o S. Vale e Azevedo, “vamos ser sérios”!!!
(a imagem não se relaciona com o texto, eu sei perfeitamente disso! Mas como estava a ouvir a banda sonora desse mesmo filme, e como achei alguma piada à imagem… resolvi partilhar)

domingo, 11 de novembro de 2007

Só...


Obra de António Nobre que em nada aqui é chamada. Todos nós nos sentimos sós. Todos nós somos portadores desta patologia. Uns no seu estado mais crónico (ou mesmo crítico), outros no seu estado agudo (havendo também os habituais “casos pontuais”).
Este sentimento poderia ser facilmente explicado por uma localização de um indivíduo num local ermo, isto é, isolado, onde mais ninguém habita ou alma penada passa. Mas não! A forma mais complexa de solidão, creio, é a que se sente quando se vive numa constante “Rua de Sta. Catarina” cheia de “amigos transeuntes” que apenas se cruzam connosco no correr dos dias, deixando-nos perdidos num local que afinal deveria ser para nós como a palma das nossas mãos, ou param nas montras da vida sem nos avisar e seguimos no nosso passo (mais melancólico ou apressado, consoante a calçada). Passo a explicar esta analogia que mais não é que aquele “feeling” de se estar só no meio da multidão (desculpem o estrangeirismo, mas há lá coisas que soam mesmo de maneira diferente quando abandonam a nossa língua materna).
A ideia de solidão passa sempre pela imagem de um vagabundo num banco de jardim, mas este não será apenas um quadro que se pinta para que cada um não olhe devidamente para o “seu umbigo”?
Já diz a poesia que quando se passa por essa “triste mágoa” de estar só, como que se rasteja no pó e o nosso coração fica de tal maneira cansado de bater por nada que “lembra uma velha nora morrendo à sede de água”.
Mas, meus amigos, poderão ver isto por vezes olhando também para vocês, mas não o vêm nos outros e, mais uma vez me “socorro” da arte poética:

« P'ra que não façam pouco
Procuro não gritar
A quem pergunta minto
Não quero que tenham dó »

Assim, solidões são suspiros, são inspirações profundas seguidas de expirações mentais de massa encefálica que poderia ser menos complexa e mais “prática e descomplicada”.
Mais uma vez o texto vai longo, mas … já que (quase) ninguém lê, dou largas à imaginação e “converso”, em silêncio, com este cursor que não pára de piscar como que a incitar que acabe finalmente a frase, ou que apague este carrossel de caracteres que nada fazem aqui. Espero ainda um dia perceber o seu significado…

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mas porque é que tem que ter um título? Este post não tem título!Paciência...


Caros leitores (se é que ainda existem)

Mais uma vez parece-me que a mancha de texto que vai preencher este blog (que alguns lêem mas que poucos comentam) vai representar um suspiro ou uma sucessão de inspirações e expirações que não mais fazem do que confirmar que (ainda) me encontro biologicamente vivo e que a minha mente ainda funciona, nem que seja para me fazer pensar nela mesma o que, acreditem, não é fácil e muito menos normal (pelo menos é o que eu acho).
Desde já posso tirar uma conclusão: não devo ler Saramago! Já viram bem a extensão daquela 1ª frase? Bem que a tentei encurtar mas… olhem… “ficou-se assim”.
Nesta deambulação estática do meu dia-a-dia prendo-me com algumas ideias que ouço em músicas que se repetem no media player, em frases que se lêem e se tentam perceber e sobrevive-se pensando, sem que às vezes se saiba concretamente em quê. Mas afinal não será uma verdade que “um bom poema é aquele que nos dá a impressão que é ele que nos está a ler... e não nós a ele!”?
Certamente alguns também já tiveram esta sensação e deram por si a pensar: «como é que isto descreve perfeitamente este momento da minha vida?! Coisa estranha…».
Bem, qual seria então o grande interesse das músicas se elas não servissem para nos fazer abandonar as nossas existências por 3-4minutos enquanto cometemos a crueldade de cantar (assassinando as musicas e “maltratando” quem nos ouve) ou então de sonorizar aqueles “na, na…na” (na ausência de letra conhecida) e ainda acompanhar do belo estalido dos dedos ou então do bater com o pé no chão? (a não ser que seja musica tecnho em que o CD vai do principio ao fim sem parecer que tenha saído da primeira faixa).
Boas são, normalmente, aquelas músicas que nos fazem pensar e… sonhar. Quando damos por nós, muitas vezes, acabamos de adormecer para a realidade e estamos a “acordar para dentro” (coisa não recomendável por vezes).
Actualmente, para mim, a música é um “escape”. É óptima para nos “acompanhar” nos transportes públicos (apesar de nos impossibilitar de ouvir os diálogos - em surdina relativa - acerca da “vizinha do 3º esquerdo do bloco 4 que parecia boazinha mas que afinal não passa de uma bandida” ou então da imensurável lista de doenças e operações que fulano já fez e que lhe deviam garantir um lugar sentado) mas, meus amigos, não se pode ter tudo. Assim, a solução que vos apresento é a que andem a pé (fazem exercício e é melhor para o ambiente) e façam-se acompanhar de um MP3 quando as viagens vos fizerem sentir sozinhos no meio de uma multidão que não vos conhece, não quer conhecer e, talvez, tenha raiva de quem vos conhece.
Para terminar, fica um excerto de mais uma letra de uma música:
Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos