Às vezes pergunto, que mais que hei-de eu fazer… Não que sinta
que fiz tudo ou que não me falta fazer nada. Acho que é mais porque o “fazer”
está tão próximo do “não fazer”, como a inspiração está da expiração – apenas separado
por um hiato de tempo como que suspenso à espera de um bocejo, um suspiro ou um
regular exalar de dióxido de carbono. Tanto se dá, como se deu…e às vezes só
sei que “se deu”, porque o ar continua a seguir o seu rumo, a serem asseguradas
as necessárias trocas gasosas.
Há momentos em que o “porque sim” não chega (não bate certo),
mas noutros em que basta e quase sobra. Já diz “o outro” que entre o deve e o haver sempre pões algum de
lado, mas nem sempre é “resto zero, nada”, nem mesmo dos pequenos “nadas”
com que se faz um bocadinho de tudo.
Não sei se quero fazer, se quero querer fazer, o que fazer
ou para que fazê-lo. É o caos? É a mutação?
Sóbrio da vontade, ébrio do marasmo ou vice-versa?
Próximo, espero eu, do que me distancia, mas longe da
certeza, afastado do que me trouxe aqui, arredado de uma solução e aquém das auto-expectativas…
Eis-me a mais comigo mesmo, excedentário do self,
marginal da névoa vindoura. Na dúvida do “para que sou”, nem as circunstâncias parecem
válidas.