Escrever é, para mim, um “tic tac” porque o faço no teclado.
Nem sempre consigo sentir que há esta simbiose que não materializa o
pensamento, mas dá-lhe alguma densidade porque não consegue dar-lhe corpo.
Quando as mãos passam em simultâneo (e a seco) pelo rosto e
seguem para a cabeça é porque entre as acostumadas cogitações não existe o
necessário espaço de acomodação e há como que uma tentativa de encaixar peças
redondas em quadradas, triangulares e outras de formas irregulares.
No que se pensa não se manda, nem se escolhe e… não me tem
apetecido pensar. É como que um cansaço de pensar, uma descrença que “valha a
pena” que faz balancear e trazer à tona a autocrítica ao ponto de tornar
periclitante a capacidade de discernir a utilidade do pensamento.
Ânimo, desânimo, suspiros e desassossego com data aleatória
de início com terapêutica incerta. Futuro igual a inequação sem fórmula
resolvente, apenas o formulador de grande parte dos problemas e sem vontade
(capacidade) de resolução.