Pode alguém ser quem não é?
Creio que não se pode tropeçar na (sur)realidade durante muito tempo, nem fintar o futuro, fazendo do presente uma farsa sob a forma de disfarce do passado.
Sou o que sou, sou só o que sou, sou apenas sendo o sou (e acho não ser pouco). Perante um presente constantemente descalço, reavivam-se nós de saudade que, miscigenados com a visão de turvo futuro podem fazer-nos descolar o ser que somos, mas daí a sermos o que não somos tem que ir uma larga distância…apesar de não faltarem exemplos de fachadas de edifícios ocos.
As trapaças da vida são constantes, os empecilhos assumem a filosofia boomerang e a vida segue… Concordo que momentos vãos exigem que o “eu” seja camuflado, mas até que ponto? Ok, entendo e subscrevo a importância das circunstâncias, mas aqui o “velho” cansaço traz o efeito do azeite em solução aquosa, isto é, o que somos emerge e, para o bem ou para o mal, salva-se, revela-se. Não implica necessariamente a nódoa no pano “melhor”, mas o sentir pousar os pés no chão ao som do desabafo: Afinal…
Têm prioridade as verdades nuas e cruas, ou deve dar-se prioridade às versões carnavalescas e ao som das modas? Até aqui se recomenda uma utilização moderada sem riscos para a saúde? Tudo é veneno, nada é veneno…a diferença está na dose?
Bem, se há texto confuso neste blog, este “está lá”. Termino com duas músicas e o excerto de uma delas cujo título está plagiado no título deste post:
Seja um bom agoiro
ou seja um mau presságio
sonhei com o choro
de alguém num naufrágio
não tenho confiança
já cansa este esperar
por uma carta em vão
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