Nó na garganta, nó cego, nó dos dedos, de gravata, da
madeira… mente a divagar a muitos nós, entre caminhos meus e outros alheios ao
meu conhecimento e vontade. Os pensamentos como que estão a deriva, a boiar num
líquido denso, heterogéneo, por vezes transparente mas essencialmente turvo, “sem
rumo nem Norte, sem rima nem mote…vão indo”.
Permanece aquela sensação que algo me prende aqui, ou ali. Nada
de claro. Talvez um nó de uma corda comprida, de fios entrelaçados, não sei bem
– não a vejo, mas às vezes sinto: “estás preso”! A corda estica, como o ar
gélido que estala ao tocar a superfície da pele, e o deambular esmorece, o
aleatório ganha rumo ou fica estático até ao próximo balançar da solução aquosa
deste aquário sem paredes, sem vidros, sem pedras, sem peixes…
Por vezes este nó transforma-se, ganha leveza (e cor?), como
que a corda se transforma em fita, e a crueza áspera acaba por se metamorfosear
num volátil laço.
Nó de ideias, nó de existências, nó de previsões…turbilhão
de dúvidas, conceitos, incertezas, factos, hesitações, vontades, indecisões e
outros sinónimos intercalados com factos, ou factores.
Estique-se a corda. O nó aperta. Quanto à corda…
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