terça-feira, 20 de janeiro de 2015

(Num) Nó







Nó na garganta, nó cego, nó dos dedos, de gravata, da madeira… mente a divagar a muitos nós, entre caminhos meus e outros alheios ao meu conhecimento e vontade. Os pensamentos como que estão a deriva, a boiar num líquido denso, heterogéneo, por vezes transparente mas essencialmente turvo, “sem rumo nem Norte, sem rima nem mote…vão indo”.


Permanece aquela sensação que algo me prende aqui, ou ali. Nada de claro. Talvez um nó de uma corda comprida, de fios entrelaçados, não sei bem – não a vejo, mas às vezes sinto: “estás preso”! A corda estica, como o ar gélido que estala ao tocar a superfície da pele, e o deambular esmorece, o aleatório ganha rumo ou fica estático até ao próximo balançar da solução aquosa deste aquário sem paredes, sem vidros, sem pedras, sem peixes…


Por vezes este nó transforma-se, ganha leveza (e cor?), como que a corda se transforma em fita, e a crueza áspera acaba por se metamorfosear num volátil laço.


Nó de ideias, nó de existências, nó de previsões…turbilhão de dúvidas, conceitos, incertezas, factos, hesitações, vontades, indecisões e outros sinónimos intercalados com factos, ou factores.


Estique-se a corda. O nó aperta. Quanto à corda…

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