quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Batimentos...




Entre batidas, batidos e batimentos, decidi expressar-me relativamente a estes últimos (não que os primeiros não tivessem, em potencial, a sua pertinência).


Por vezes há momentos em que temos a percepção que a vida se suspende entre um tic e um compassado tac de um lento relógio de pêndulo, como que necessitássemos de acordar os pulmões para que inspirem e expirem e que, se não for mais, que uma maldita asma apareça para quebrar o silêncio que se instalou como uma fina camada de gelo, como que uma das “meias-horas” do dia… O batimento repete-se, num movimentar monótono e pouco harmonioso na espera que o tempo se resolva a passar ou, pelo menos, ir passando…


Mas, por vezes, o batimento acelera… o dos relógios ora pára, ora acelera, acompanhando os acontecimentos e engane-se quem afirma que bem ou mal, ritmado ou sem compasso, há sempre batimentos. Por vezes o relógio não trabalha, quiçá por vontade própria ou porque o “maquinista” decidiu fazer greve às suas obrigações ou se cansou de percorrer sempre os mesmos caminhos sem, de momento, ter motivo para ir e voltar, sempre pelo mesmo caminho, variando os sentidos mas mantendo a concentração no cumprimento estrito dos serviços mínimos (ou máximos).


Quando as coisas não batem certo, ou apenas não batem, pode também dever-se ao atrito que, como força contrária ao movimento, impede o cumprimento dos comportamentos facilmente previsíveis em condições ideais.
A certeza que tenho é que o meu “tic-tac” se mantém, porém creio que começo a optar pelo relógio analógico…hi-tech? Superficialismo? Pseudo-auto-engano? Who knows…?


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